Região Languedoc

O Languedoc é um dos maiores vinhedos do mundo com aproximadamente 250.000 ha (1/3 do vinhedo francês) e está situado no sul da França, entre o Maciço Central e o Mediterrâneo. Sua paisagem idílica, uma mistura de mar e montanhas, recebe vinhas que se desenvolvem em solos de cascalhos ricos em ferro, de areia, calcários, argilosos com bolsões de granito, de gnaisse e de xisto. Tudo depende de onde estão. A variedade de uva faz jus ao tamanho do vinhedo. Para as tintas, Grenache Noir, Carignan, Mourvèdre, Syrah, Cinsault e outras menos utilizadas como Fer Servadou, Lladoner Pelut, Piquepoul Noir, Terret Noir, Aspiran, Aramon, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot Malbec e Pinot Noir. Já para as brancas, a lista não é menor: Grenache Blanc, Grenache Gris, Bourboulenc, Clairette, Piquepoul Blanc, Rolle, Marsanne, Viognier, Roussanne, Maccabeu, Muscat à Petits Grains Blanc, Mauzac Blanc, Chardonnay e Chenin Blanc.

 A região da Língua do “sim” em Occitano (Langue d`Oc) sempre disse sim e esteve aberta às novas colonizações e culturas. Já no século VI a.C, os Gregos se estabeleceram nessa área e trouxeram vinhas e oliveiras, instalando-se ao longo da costa mediterrânea. O Languedoc foi também a porta de chegada dos Romanos no século II a.C., fazendo com que o povo local adotasse rapidamente o estilo de vida do colonizador cujos hábitos de consumo de vinho e cultivo de vinhas alcançaram quantidades altíssimas na região. A atividade vitícola foi tão fértil no Languedoc que, em 92 d.C., o imperador Domitien ordenou que metade das vinhas da região fosse arrancada pois sua produção entrava em concorrência com os vinhos de províncias italianas. 

Durante muito tempo os vinhos da região eram classificados como grosseiros e feitos para consumo corrente. No entanto, esta vasta região constitui um verdadeiro mosaico de denominações, terroirs, solos e uvas, com diferentes estilos de vinho: tintos, brancos, espumantes e vins doux naturels. O Lanquedoc, hoje é uma terra de promessa: seus produtores apostam na valorização de seus terroirs e de suas denominações de origem, aumentando, por exemplo, a adoção de métodos orgânicos e biodinâmicos para o cultivo de suas vinhas. De fato, esta região está sendo redescoberta. Podemos encontrar nela vinhos excepcionais, ainda desconhecidos ou que estão emergindo, o que atrai os profissionais ávidos por lindas cuvées fora do lugar comum.